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Exposição "Horizontes – A paisagem nas coleções MAM Rio" (10/11/2018) |
Horizontes – A paisagem nas coleções MAM Rio parte de uma triologia de mostras sobre os gêneros da pintura clássica: retrato, paisagem e natureza-morta. Se a discussão sobre gênero abrange hoje questões como identidade, discriminação, dominação, emancipação de minorias e do outro cultural, há alguns séculos tal termo restringia-se aos diferentes gêneros em que a pintura deveria ser concebida pelo artista e identificada pelo público. |
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Paisagem Visitada - Belo Horizonte, de Fábio Carvalho alfinetes de mapa, cola PVAc, placa de foam board | 2003 | 100 x 60 cm |
Paisagem Visitada - Belo Horizonte é uma obra que pertence à longa série de cartografias desenvolvida por Fábio Carvalho entre 1997 e 2007. O trabalho é um "mapa/desenho" feito com alfinetes de mapa, afixados sobre uma superfície branca. Cada alfinete indica um local em Belo Horizonte onde o artista esteve desde sua minha primeira estada na cidade em meados de 2000, até março/2003, período do processo de pesquisa e levantamento de material para a exposição "Belo Horizonte Turístico". A posição de cada alfinete foi determinada a partir de um mapa real de Belo Horizonte, do mesmo tamanho do trabalho final, exatamente onde estes locais estavam naquele mapa original. O acúmulo de indicações de situações rotineiras (como almoçar em um restaurante, visitar alguém, visitar pontos turísticos, museus, galerias, idas à bares e cafés, livrarias, fazer compras, etc) gerou um desenho que não foi orientado por uma "vontade" estética, mas sim por necessidades cotidianas ordinárias. |
Paisagem Visitada - Belo Horizonte, de Fábio Carvalho (detalhe) alfinetes de mapa, cola PVAc, placa de foam board | 2003 | 100 x 60 cm |
Os trabalhos do artista neste período (1997/2007) exploravam as suas experiências como um “estrangeiro” em uma cidade qualquer que não era a sua cidade natal, Rio de Janeiro; o olhar de quem vem de fora, de uma pessoa que chega a uma cidade desconhecida e busca alguma forma de mapear para si aquele território, torná-lo “seu”, reconhecível; absorvê-lo, assimilá-lo. Estes trabalhos, que embora integrem séries distintas e se apresentem de formas variadas, estão todos relacionados pelo tema único: as próprias cidades representadas. Entretanto, não mais uma metrópole ofertada a todos de forma impessoal e genérica, mas sim uma outra cidade, a sua cidade particular, reconfigurada e transformada ativamente através daquilo que o artista vê, registra e acumula, processados pela sua experiência sensível e afetiva. |
Horizontes, a paisagem nas coleções MAM Rio |
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