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Arte e alteridade tornaram-se, hoje, questões centrais para a compreensão das políticas de representação do “Eu” na contemporaneidade. Nas artes, houve a tentativa de perceber os modos, as maneiras, os acentos, as possíveis características que definiriam sujeitos, cujas reivindicações se direcionavam a conquistas por espaços socioculturais, pela inserção geográfica descentralizada, por um lugar nos museus, coleções e no mercado de arte, por uma necessária aceitação das diferenças. (...) |
Na captura pelo objeto popular, Fábio Carvalho elabora, na série Macho Toys, uma critica à normatização do masculino e do feminino. O artista utiliza-se de brinquedos de meninos, soldados, heróis, cuja aparência exacerba os músculos, o rosto geometrizado, as poses endurecidas, e os enche de flores de plástico. |
Assim, o alegórico executa uma alteração. Judith Butler, grande teórica dos estudos sobre gênero, nos explica que é necessária a repetição e a exibição de atitudes estereotipadas para garantir os distintivos entre macho e fêmea [1]. Fábio Carvalho alegoriza a imagem nas estratégias de formação masculinas, fazendo do gênero uma evidente fantasia. |
[1] Butler, Judith. “Actos performativos e constituição de gênero. Um ensaio sobre fenomenologia e teoria feminista”. In: Macedo, Ana Gabriela e RAYNER, Francisca. Gênero, cultura visual e performance: antologia critica. Minho: Edição Húmus, 2011. |
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