|
A proposta da exposição Desenho em todos os sentidos é apresentar trabalhos de artistas que dialoguem com uma noção renovada de desenho. (...) Nos objetos desta exposição o desenho se amplia, criando relações com a arquitetura, a especificidade do espaço, cartas, relatos, mapas, percursos, efêmeras paisagens, músicas, fábulas, bordados, metamorfoses, hibridizações.
(...)
Fábio Carvalho desenha para ser tocado como música. Na série The image of music, o artista se coloca uma questão: "Qual 'desenho' se poderia criar a partir da 'música'?" Fábio "luta pelos barulhos", como John Cage, e gruda todas as notas de cada canção em um único compasso, ao que ele chama de ruídos. Num único instante, todas as notas do mesmo tempo, "sobretons". Cria-se um ímã, uma desordem ordenada, nos explicitando a beleza das notas, a arte de desenhar as pautas musicais. Ainda "que os cantores sejam falsos... são bonitas as canções". Além de sons, são escrituras os desenhos. Em tudo isso, o projeto é mais para subjetividade do que para racionalidades frias.
Publicado no catálogo da exposição
Desenho em todos os sentidos
SESC Petrópolis - Petrópolis - RJ - 2008 |
|