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“Trata-se de enfrentar o problema
da identidade frente ao progresso da genética, da imagem informatizada
e, em particular, das chamadas imagens virtuais” (Sabrina Zannier) |
I Lacrymosa
Estamos diante do coroamento de um processo de desmaterialização
do corpo e da morte do indivíduo, que teve início com a
primeira das próteses de visão, a fotografia. As próteses
de visão causam a dissolução da realidade. Nos resta
apenas um corpo feito de intensidades e limiares, sem organicidade.
II Dies Irae
Mergulho no código genético do indivíduo, de onde
se extrai novas programações. O “Eu” é
objetificado. As máquinas informáticas cada vez mais próximas
da metáfora do corpo. Corpo-máquina.
III Requiem Aeternam
A única interioridade possível é a da reprogramação
do indivíduo. Há a necessidade da criação
de modelos auto-moduláveis, auto-cambiantes, auto-transformantes.
IV Cantata Misericordium
O corpo orgânico torna-se obsoleto num mundo cada vez mais mediado,
onde os eventos não se dão mais no espaço, e sim
no tempo. Num último e desesperado suspiro, o corpo olha para si
mesmo, antes de sua morte. |