O uso da borboleta monarca (Danaus plexippus) em alguns dos trabalhos de Fábio Carvalho vai muito além do simples fato de borboletas serem normalmente associadas ao universo feminino, frágil e delicado, que em oposição aos símbolos usualmente pensados como masculinos, de força e virilidade, como os militares, formam a principal dialética de sua produção artística, que procura levantar uma discussão sobre estereótipos de gênero, e questionar o senso comum de que força e fragilidade, virilidade e poesia, masculinidade e vulnerabilidade não podem coexistir.
Seu uso surgiu também como um contraponto à camuflagem dos uniformes militares.
As borboletas monarca são tóxicas, e por isso evitadas pelos predadores. Há outras espécies de borboleta não venenosas que mimetizam (imitam) o padrão exuberante da monarca, que assim são também evitadas pelos predadores. Com a camuflagem, procura-se misturar ao ambiente, para não ser visto. Já no mimetismo acontece o oposto, trata-se de chamar muita atenção. Ambos são porém igualmente estratégias de sobrevivência e proteção, que objetivam confundir e enganar, ao se fingir ser algo que não se é.
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