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Fábio Carvalho participa da exposição coletiva “A Título Precário”, no Centro Cultural Phábrica - RJ
(06/09/2018)

O artista carioca Fábio Carvalho participa com um grande time de artistas da exposição “A Título Precário”, que abre no dia 22 de setembro, 18h, no Centro Cultural Phábrica, Rio de Janeiro - RJ, com curadoria de Thiago Fernandes e Bruna Costa. A exposição, além de levar arte contemporânea ao subúrbio, visa descentralizar o circuito de arte carioca, e discutir o estado de abandono que a classe artística e a cultura no Brasil foram relegadas há décadas.

 

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No direito, o que está “a título precário” está sem garantias, instável e sem direitos consolidados, isto é: provisório, em condições ainda não estabelecidas.

A classe artística e cultural brasileira foi entregue à precariedade, à falta de recursos e à instabilidade. O resultado disto são acontecimentos revoltantes que devastam nossos equipamentos culturais há décadas. Nossas condições nos obrigam a encontrar soluções acessíveis e baixo-custo para resistir a esta realidade. Resistimos enquanto lutamos pela virada deste jogo de descaso e desvalorização.

A precariedade é uma característica recorrente na periferia. A falta de investimentos em áreas com menor concentração de capital resulta num sentimento de abandono, de sujeição às contingências mais desfavoráveis da cidade: a violência, o caos urbano, a falta de uma infraestrutura sofisticada. A periferia vive o precário diariamente, o que resulta numa realidade SUBurbana.

O Centro Cultural Phábrika nasceu e resiste nesta realidade, buscando soluções criativas para suas limitações, resistindo culturalmente. A ideia é abraçar e explorar esta condição (a falta de recursos, a instabilidade) como forma de assumí-la, ao mesmo tempo que a supera, mostrando que a arte persiste mesmo nos terrenos mais desfavoráveis.

Convidamos a todos para o início de mais uma primavera de reflexão, resistência e esperança.

 

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Fábio Carvalho | Parada Monarca

 


Fábio Carvalho apresentará a obra Parada Monarca. Os "Monarcas" são impressões com tinta acrílica em folhas de papel de seda branco, de tamanho aproximado ao de uma bandeirinha das festas de São João. A impressão foi feita com o uso de carimbos de borracha produzidos à mão pelo próprio artista, a partir de um desenho original de sua autoria de um soldado em uniforme camuflado, com asas de borboleta saindo de suas costas. O "Monarca" do título é uma referência à borboleta monarca (Danaus plexippus) recorrente em seus trabalhos.

O uso da borboleta monarca nos trabalhos do artista por estas serem normalmente associadas ao universo feminino, frágil e delicado, que em oposição aos símbolos usualmente aceitos como masculinos, de força e virilidade, como os militares, formam a principal dialética de sua produção artística, que procura levantar uma discussão sobre estereótipos de gênero, e questionar o senso comum de que força e fragilidade, virilidade e poesia, masculinidade e vulnerabilidade não podem coexistir.

O título da obra, "Parada Monarca", é alusivo à formação que as "bandeirinhas" de soldados ficam na montagem, tal qual a formação de um desfile (parada) militar, e também um jogo de palavras com a impossibilide destes soldados ficarem realmente parados, ordeiros, seguindo ordens, sem desvios de conduta, como se espera de um militar, pois devido à leveza do material, qualquer deslocamento de ar os fará "voar", tornando o trabalho altamente cinético e ruidoso.

O trabalho, além da discussão de estereótipos de gênero, também chama a atenção para uma crescente naturalização e banalização da violência no Brasil. Os "Monarcas" foram criados em 2014, quando da ocupação da favela da Maré (RJ) pelo Exército, o que em 2017 se tornou uma intervenção militar de toda a cidade do Rio de Janeiro, com resultados questionáveis, e em alguns momentos, desastrosos.

exposição A Título Precário

Agrippina Manhattan
Alvaro Seixas
Camilla Braga
Carlos Contente
Daniel Murgel
Davi Marcos
Emilia Estrada
Fábio Carvalho
Guga Ferraz
Gustavo Speridião
Handerson Oliveira
Leandro Barboza
Marcos Chaves
Mariana Paraizo
Mariana Velozo
Mina Preciosa
Mônica Coster
Rafael Alonso
Rafael Amorim
Roosivelt Pinheiro
Suzana Queiroga
Senzy Garcês
Renato Ranquine (Slot)
Thales Valoura
Thiago Ortiz

curadoria: Thiago Fernandes e Bruna Costa
abertura 22 de setembro, sábado, 18h – 23:30
Centro Cultural Phábrika
Rua Capitão Tarcísio Bueno, s/Nº. Fazenda Botafogo
entrada franca

 
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