[ english version ]
Trabalho desenvolvido durante a Residência Artística CASA B, no Museu Bispo do Rosário Arte Contemporânea (mBrac), realizada em abril 2018, seguida pela exposição "Almofadinhas | Experiência B", com curadoria de Diana Kolker e Ricardo Resende, onde se criou um diálogo simbólico entre a produção do artista com a de Bispo do Rosário.
Este tríptico, em forma de retábulo, é uma resposta à várias questões que o artista teve que lidar durante a residência artística: as razões místicas de Bispo do Rosário, a urgência, devida ao curto espaço de tempo disponibilizado para a residência, a precariedade de recursos e materiais, um certo isolamento à noite, entre outras.
Por isso mesmo, o jogo de palavras no título – “11ª hora” é uma expressão usada quando se está próximo ao fim de algo, no final de um prazo, e mais recentemente, para denunciar que estamos no limite das possibilidades do planeta, e que temos pouco tempo para reverter os danos já causados à Terra, para que a humanidade e toda a biosfera possa seguir. É também uma referência à grande quantidade da planta "onze horas" existente na área do Polo Experimental, onde ficam as instalações da CASA B, que serviram de modelo para as flores bordadas neste trabalho.
O trabalho foi criado a partir de retalhos/sobras de um tecido que o artista já havia utilizado em trabalhos anteriores, pedaços relativamente pequenos, irregulares, com rasgos e desfiados, costuras de emendas, manchas, que poderiam parecer inúteis face às exigências de norma, regularidade e perfeição, como tudo hoje em dia. No Polo Experimental fica também o CAPS Arthur Bispo do Rosário, um centro de atendimento municipal de saúde mental, onde são usuárias várias pessoas que pelos padrões de produtividade e normatividade de nossa sociedade também podem parecer equivocadamente e preconceituosamente “inúteis” para muitos.
|