Filho
de Carlos V, imperador da Alemanha, e da imperatriz D. Isabel, filha
de D. Manuel, de Portugal. Casou-se aos 16 anos com a infanta D. Maria,
de mesma idade, filha de D. João III e da rainha D. Catarina,
a qual faleceu dois anos depois. Em 1551 casou com Maria Tudor, rainha
de Inglaterra, e foi residir em Londres, depois partiu em 1555 para
os Países Baixos, cujo governo Carlos V lhe cedeu, como anteriormente
lhe cedera, um ano antes, o governo de Nápoles e da Sicília,
e como lhe cedeu mais tarde, em 1556, a coroa de Espanha.
Depois da morte de el-rei D. Sebastião de Portugal, Filipe pensou
na posse do trono português. Era, porém, preciso antes,
assegurar a posse do trono, e para isso empenhou, todos os meios, intrigas
e dinheiro. Os pretendentes, que eram sete, disputavam entre si a posse
do reino.
Finalmente para obter o trono, o monarca castelhano tomou o reino pelas
armas. Filipe reuniu um poderoso exército, que conquistando facilmente
o Alentejo, atravessou para Cascais, marchou sobre Lisboa, venceu a
batalha de Alcântara, e preparou enfim o reino para receber a
visita do seu novo soberano.
Tendo nomeado os membros do conselho de Portugal, que devia funcionar
em Madrid, partiu finalmente em fevereiro de 1583 para Espanha. A nova
monarquia hispano/lusitana era opulentíssima; abrangia na Europa
toda a península ibérica, Nápoles, Sicília,
Milão, Sardenha e Bélgica atual; na Ásia as feitorias
portuguesas da Índia, da Pérsia, da China, da Indochina,
e a da Arábia; na África: Angola, Moçambique, Madeira.
Cabo Verde, S. Tomé e Príncipe, Canárias, toda
a América menos algumas das Antilhas, parte dos atuais Estados
Unidos e o Canadá, e porções de terrenos na Guiana;
na Oceânia tudo o que então havia conhecido e pertencente
aos europeus. |