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Diários é o nome de um grupo de trabalhos, desenvolvidos em sua maioria ao longo do ano de 1999, que lidam com o conceito dos diários como índices biográficos pessoais, mas deixando de lado qualquer vestígio íntimo ou confessional. Não há anotações ou textos, como em um diário tradicional, mas sim registros visuais, algumas vezes apenas resíduos, de várias atividades rotineiras da vida cotidiana do artista.

O conceito e o nome deste grupo de trabalhos (Diários) foram definidos já no final de 1998, quando avaliando seus trabalhos o artista percebeu que este era um dos aspectos conceituais mais presentes em sua obra. Daí surgiu a idéia de uma série de trabalhos dentro do tema "diários", que viriam a ser desenvolvidos ao longo de 1999. Alguns destes trabalhos eram tarefas que foram executadas em cada um dos 365 dias de ano de 1999. Um exemplo é o trabalho Código Genérico, uma colagem com os códigos de barra de todos os produtos consumido pelo artista no ano de 1999.

Há também outros trabalhos que já vinham sendo desenvolvidos anteriormente, mas que também se encaixam dentro do conceito geral. Alguns destes trabalhos podem ser considerados diários mais "frouxos", pois não foram executados dia a dia, mas sim quando um determinado evento acontecia. Por exemplo, os trabalhos da série Mapas Mudos são o resultado da digitalização de pequenos mapas que o artista tem o hábito de desenhar quando vai a um local desconhecido. Há desenhos de mapas usados nesta série que datam de 1993. Depois de digitalizados, todas as informações textuais destes desenhos foram apagadas, restando apenas o traçado do mapa em si, que já não identifica mais uma localização específica. Estes desenhos são então impressos em uma escala muito superior à original, para acentuar esta mudança conceitual.

Os meios empregados nestes trabalhos são muito diversos: há desde trabalhos que são compostos pelo acúmulo de elementos triviais, como arames de embalagem de pão (Cotidiano 1) e sacos plásticos (Cotidiano 2), até a imagem digital, passando pelo desenho, colagem, fotografia e objeto.

Com estes trabalhos, o artista enfoca a possibilidade de se descobrir interesse nos aspectos mais banais do dia a dia. Não se trata de "estetizar" a vida, mas sim manter-se desperto para ser capaz de perceber de novas formas o que nos acontece a todo instante.





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