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[ english version ] Dia
da Semana O trabalho de Fábio fez-me pensar no subjetivo, no subjetivo isolado. Uma concentração e um congelamento de tempo, no entanto, tempo tornado imagem. Um instante longe, um outro aproximado... Um abismo visto num relance. Fluxos, inúmeros fluxos, todos convergindo e divergindo em um tempo isolado, abstrato e congelado. Como interromper o fluxo do tempo? Dois trabalhos em especial falam disto: os desenhos orgânicos e Espelho. Imagens digeridas ou a serem digeridas pelas cartografias e pelo invisível na fotografia, até atingirem o fim da imagem, nos sudários, que já são pintura "à la Duchamp'; imagens prontas escolhidas e não produzidas. Ao ter notado que estava enganado, passei a considerar os aspectos mais conceituais, performáticos e contextuais. Há um desejo de ausência de tipo bastante filosófico, não tanto nas imagens, mas principalmente nos momentos de contexto e performance. Falei da escolha, dos sudários como uma pintura escolhida, uma pintura possível por simples escolha de uma pintura num universo histórico e espacial completamente tomado pintura. Um acontecimento pintura. Mas, também, um acontecimento técnico, o sudário fechou o ciclo dos trabalhos que realizou nos últimos cinco anos. "O invisível na fotografia", fotos superpostas criando figuras fantasmas, por exemplo, também pode ser visto como um trabalho cromático dentro de uma performance quase ambiental. Com relação aos dados conceituais tomo para observação questões de imagem. A busca muda e cega de uma imagem... ? Os trabalhos aqui expostos são de 98 e seria difícil não comentar a sedução das imagens quando se depara com elas e o quão veloz é o efeito de desaparição dessas imagens, daí o artista poder dizer que não são tanto as imagens, mas muito mais os dados conceituais e sua cristalização na performance, que orientam sua atividade. Sugiro que o outro pé do tripé seja: - Não vou dizer desenho... ou contexto... Uma imagem numa performance quase ambienta!? Pensemos na série Fluxos, um navio que fica enquanto a paisagem passa, como o próprio artista declara, uma questão bem mais contextual, senão escultórica ou paisagística em sentidos amplos: "Para deixar de ser e vir a ser". Metaforicamente, - é só um sentimento - as imagens-sudário são como dias da semana. Estou tentando definir o tempo que se manifesta nas imagens de Fábio... O contexto é uma simples possibilidade. Digo, então, dia da semana e não dia de semana. Dia de semana, que idéia engraçada. Publicado no folder da exposição Sudários
- Projeto Macunaíma 1998 [ conheça o
trabalho ] |
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[ top ] Days
of the week Fábio's work made me think about subjectivity, about the isolated subjectivity. A concentration and a freezing of time, yet, time turned image. One instant far, another approaching... An abyss seen in a glimpse. Flows, innumerable flows, all converging and diverging into an isolated, abstract and frozen time. How to interrupt the flow of time? Two works in particular deal with it: Timeline and Mirror. Digested images or images to be digested by Cartographies and by The Invisible in the Photography, until the artist reachs the end of the image in Sudary, that is a ready-painting "à la Duchamp", a ready image that is chosen, not produced. When I noticed I was wrong, I started to consider the aspects more conceptual, performance-like and contextual. There is a desire of absence of a deeply philosophical kind, not exactly in the images, but mainly in the moments of context and performance. I talked about choice, the Sudary as a chosen painting, a painting made possible simply by a choice of a painting in a historical and spacial universe completely turned into painting. A painting event. But also a technical event, the Sudary put an end to the cycle of the works that Fábio have carried through in the last five years. "The Invisible in the Photography", overlayed photos creating ghostly figures, for example, can also be seen as a chromatic work inside an almost environmental performance. In relation to the conceptual aspects, I base my observations on image issues. The dumb and blind search for an image...? The works in this exhibition are from 1998 and it would be difficult for me not to comment the seduction of the images when one comes across them and how quick the effect of disappearence of these images is, hence the artist's statement that it's not so much the images but mainly the conceptual aspects and their crystallization in the performance that lead his activity. I suggest that the other leg of the tripod is: - I'm not going to say drawing... or context... An image in an almost environmental performance? Let's think about the Flow series, a ship that remains still while the landscape passes, as the artist himself declares, it is a question far more concerned with context, if not with sculpture or landscape in broad meanings: "To stop being and to come to be". Metaphorically, - it's only a feeling - the images-sudary are like
days of the week. I am trying to define the time that manifests in Fábio's
images... Context is just a possibility. I say, then, day of the week
and not weekday. Weekday, what a funny idea. [ see the work
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