Escolas Mirins
Minha Paixão
Aconteceu Comigo
Personalidades
Fantasias
Velha Guarda
Obrigado Bateria

Jorge M. Carneiro
 

 

 



depoimento de Jorge Mendes Carneiro
13 de outubro de 1999


Antes de chegarmos até a Portela, farei antes um preâmbulo sobre minha paixão pelo desfile das escolas de samba.

Todos os carnavais meus pais me levavam para assistir ao carnaval da Rio Branco. Eu adorava aquilo tudo, principalmente o desfile das Grandes Sociedades. No entanto, ficava intrigado com o que ocorria por trás daquelas muralhas de tapumes da Pres. Vargas.

Todo ano empetelhava o juízo do meu pai querendo assitir ao desfile das escolas, e ele sempre adiando a promessa pro ano seguinte. Finalmente num ano, no final da década de 60, um pseudo-amigo dele prometera 3 convites. Nem precisa dizer que contei cada dia até o fatídico domingo de carnaval, quando, lá na avenida, ele diz na nossa lata que teve que dar os convites pro chefe dele. Meu pai, tentando me animar, me arrastou até a Rio Branco, mas o mal já tinha acontecido. Insistia pra voltar pra casa, pois, pelo menos, iria assitir pela tv. Chegando em casa me joguei em frente a tv; ao ligá-la... ela deu um estalo e pifou! Como escreveria num daqueles diários de adolescente, fui pra minha cama e chorei feito um bezerro desmamado, ...mais ainda quando alguém ligou o rádio e ouvi a Mangueira cantando "...para alegria geral, esse é o nosso carnaval. em todo universo não existe outro igual, só neste Rio tradicional ". Apenas em 74 tomei coragem e fui eu mesmo comprar meu ingresso, para, sozinho, assistir ao desfile. Assim os assiti até 80, quando a costureira de minha mãe mandou um recado que não poderia pegar a encomenda porque estava fazendo uma ala de escola de samba...plim..[.tocou um sininho]...pergutei eu:

-- De que escola ? Ela tirou da gaveta um lindíssimo figurino do Viriato, me mostrou dizendo que o enredo da Portela era sobre o mar...[Tocou um campanário] ...Fui desfilar, com intuito de voltar pro puleiro das arquibancadas no ano seguinte.... Como eu era tolinho... jamais passaria pela minha cabeça que eu sentiria tamanha emoção ao ver os fogos espolcando e todo aquele povo cantando o samba que, naquele ano, havia sido o mais divulgado. Daí sempre afirmo que foi amor à primeira porrada (no coração) !




Anderson Baltar - União da Ilha
José Carlos - Minha primeira alegoria



voltar