|
||||||
|
Observações sobre minha produção em vídeo Fábio Carvalho Setembro/2002
introdução A melhor forma de começar esta apresentação é afirmar que não me considero um "artista do vídeo". Não me prendo a apenas uma mídia em meus trabalhos. Já transitei por diversas delas, pois para mim o mais importante não é o meio, mas sim a mensagem. Desta forma, escolho a meio em que o trabalho melhor se dá. O vídeo me serviu algumas vezes como um suporte a mais para meus trabalhos, especialmente entre 1994 e 1996. A maioria dos vídeos que produzi nestes anos sequer teve uma "câmera" na sua origem; As leis da variação, de 1996, é um destes. Na verdade, até houve uma câmera, mas uma câmera fotográfica, para a obtenção do meu retrato original, usado na criação de minhas variações fenotípicas. Para ser totalmente exato, cheguei a usar também uma câmera de vídeo, mas para obter "stills" de algumas das imagens de pessoas usadas no trabalho. A maior parte das imagens usadas neste trabalho foi obtida de jornais, revistas e mesmo na Internet. As minhas imagens, sejam nos trabalhos em vídeo ou fotografia, estão em um território híbrido, entre a fotografia, vídeo e imagem digital. Meus vídeos, em quase sua totalidade, não possuem áudio, exceção feita para apenas dois deles, Genesis, de 1995, que possui uma trilha de áudio especialmente criada (narração, na voz do próprio artista, de trechos do "Genesis", do Velho Testamento, relativos à criação do homem e da mulher), e Análise do conteúdo estomacal de Fábio Carvalho, que conta com áudio direto, sem tratamento. Destaco este ponto para apontar que em meus vídeos, o foco central é a imagem, todos com uma narrativa muito simples, quase inexistente (não há "formalmente" um "início/meio/fim") e mesmo repetitiva; daí considerar que eles estão mais próximos aos trabalhos "não vídeo" (fotos, desenhos, etc) do que à vídeo arte ou ao cinema/vídeo como um todo. Estes vídeos são todos pensados para serem exibidos em "loop", o que acentua ainda mais a ausência de uma narrativa linear. Eles podem ser assistidos a partir de qualquer ponto, quantas vezes a pessoa desejar, ou mesmo, nem é necessário assisti-los por inteiro. O "tempo de duração" é determinado por quem o vê, e não tanto pelo autor (eu). No final, cada um constrói o "seu" vídeo, com uma seqüência e duração particular. Outro ponto que acho importante destacar é que não são vídeos para serem assistidos "em projeção", numa sala escura com poltronas, mas no espaço convencional de exposição. Isso os aproxima ainda mais dos trabalhos "não vídeo" e os afasta do "vídeo/cinema" tradicional. São séries de imagens fixas ou séries de curtas animações ou curtas seqüências gravadas, apresentadas em sucessão, sem constituir uma única e fechada ordem ou narrativa.
obras (em ordem cronológica) Edifício Galaxie - sobre a mobilidade (com Milton Machado)
- 1994 Gênesis (uma história
sobre 100 pessoas inexistentes) - 1995 As leis da variação - 1996 Espelho - Templo. Especular; Tempo -
1995/96 Espelho Mnêmico - 2002
curriculum (trabalhos em vídeo) individuais Edifício Galaxie - Paço Imperial - RJ 2001 coletivas Os 90 - Paço Imperial - RJ 1999/2000 videografia completa Espelho Mnêmico 2002 |
|||||
|